segunda-feira, 30 de novembro de 2009

REPENSANDO A ADOÇÃO BIBLICAMENTE

PARTE 2
Carol Amy[1]


IDÉIAS ERRADAS SOBRE A ADOÇÃO

AS CRIANÇAS ENTREGUES PARA A ADOÇÃO SÃO INSTÁVEIS
Há, infelizmente, muita discussão sobre a adoção na Igreja, hoje. Um asilo evangélico típico descreve as crianças como “tendo graves problemas de comportamento e emoção, os quais requerem os cuidados de profissionais constantemente”. Devemos lembrar-nos, no entanto, que crianças vêm sendo adotadas com sucesso por cristãos há centenas de anos! Será que as crianças desse asilo evangélico têm uma história mais extrema de abuso do que as resgatadas por Amy Carmichael? Não, a única diferença entre essas crianças e as muitas outras disponíveis para a adoção é nosso ponto de vista de que elas são, de alguma forma, prejudicadas ou diferentes das outras crianças.
VOCÊ PRECISA DE UMA SEMELHANÇA BIOLÓGICA
As Escrituras podem libertar os casais de combinar seus filho com eles mesmos, no que se refere à cor do cabelo, dos olhos e antecedentes genéticos em geral. Encoraje-os a reexaminar o que as Escrituras ensinam sobre a sua hereditariedade e ver se isso poderia afetar as suas decisões de adoção. Romanos 5 é uma das muitas passagens que revela que somos todos da mesma linhagem. Somos todos filhos de Adão. Somos decaídos e cada um é pecador pela sua própria natureza. Cada um de nós está condenado e não tem esperança, se não tiver aceito a expiação substitutiva de Cristo. É por isso que Jesus define a família como ele faz em Mateus 12.46-50. O casal não deve, então, entristecer-se porque a criança disponível não se parece com os dois. Lembre-se da parábola do Bom Samaritano contada por Jesus: ele ultrapassou a divisão racial a sociológica para cuidar de alguém necessitado.
Parte do dever de cada cristão é honrar pai e mãe; essa deve ser uma característica destacada e notável do crente. É certo expressarmos gratidão a nossos pais por tudo que eles fizeram por nós – especialmente se nos deram uma herança piedosa. Todavia, isto não apaga o ensino claro das Escrituras de que somos descendentes de Adão e herdamos um estilo vazio de vida, do qual devemos ser remidos, se quisermos conhecer a verdadeira existência.
Quando você aconselhar uma mulher que esteja pensando em adotar um filho, faça com que ela compare a perspectiva de Deus quanto às características que ela herdou e sua adoção como filha dEle com suas próprias idéias a respeito da adoção. Isto irá ajudá-la a tirar da mente os ensinamentos do mundo sobre a adoção, que tantas vezes têm o efeito de manipular as emoções das pessoas e confundir os fatos. O casal não precisa preocupar-se em encontrar uma criança biologicamente compatível com eles para adotar; tanto eles como o filho a ser adotado são da mesma natureza porque todos temos Adão como pai.
MEDO DOS “DEMÔNIOS ANCESTRAIS”
O entendimento bíblico de nossa hereditariedade compartilhada ajudará a apagar os temores dos casais sobre a adoção de um filho que possa introduzir “demônios ancestrais” em seu lar. Se os demônios ancestrais fossem realmente um problema, não teria Tiago advertido a Igreja sobre isso quando definiu a verdadeira religião como cuidar dos órfãos? Os filhos de quem Tiago falou eram diferentes dos de hoje? As Escrituras não ensinam que as crianças possuem demônios ancestrais. Este ensinamento tem sua base no misticismo oriental e não no cristianismo. Mais ainda, a Bíblia não atribui a qualquer ser humano a tarefa de diagnosticar, analisar, nomear a comandar demônios.[2] Ela nos adverte contra tal arrogância. Leia Judas 8-10 e lembre-se de que até o arcanjo Miguel deixou o diabo nas mãos do Senhor e não tentou reivindicar autoridade sobre outros seres celestiais.
Muitos versículos afirmam claramente que a hereditariedade biológica não tem qualquer influência na posição do indivíduo diante do Senhor. Ezequiel 18.20 diz:
A alma que pecar, essa morrerá: o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.
Veja Deuteronômio 24.16: “Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais: cada um morrerá pelo seu pecado”. Lemos em Jeremias 31.29, 30: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram. Mas cada um morrerá pela sua iniqüidade: de todo homem que comer as uvas verdes os dentes se embotarão”. Paulo resume este pensamento em Romanos 14.12: “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”. O ensino das Escrituras é este: cada indivíduo está condenado pelos seus pecados diante de um Deus santo, não importa qual seja a sua hereditariedade. Só a perfeição do Filho de Deus sacrificado por esses pecados salvará essa pessoa, e isso sem levar em conta a sua hereditariedade.
PREOCUPAÇÕES COM A AUTO-ESTIMA
O ensino sobre a importância da auto-estima é outra área em que a Igreja desencoraja as pessoas de cuidarem de um órfão. Se o casal aceitar este ensinamento como um fato científico como afirma ser, os dois ficarão com medo de não serem capazes de cuidar das “necessidades” da auto-estima da criança adotada.
Segundo essa teoria, até um recém-nascido é visto como prejudicado porque possui um vácuo (tanque de amor vazio) que irá permanecer para sempre desabastecido, em vista de não ter havido um “laço” entre a criança e a mãe biológica. Essa mistura de pseudociência e sentimentalismo afirma que quanto mais velha a criança que você leva para casa, tanto mais de terapia irá precisar para elevar a sua auto-estima e curar o “ser interior ferido”. Os candidatos a pais se preocupam em que o seu convênio médico não seja suficiente para cobrar os anos de terapia necessários para obter uma boa auto-estima, reviver os problemas, discernir o abuso e, de alguma forma mal definida, chegar à “cura”.[3]
Os casais não vão encontrar esse ensinamento nas Escrituras, e ele também não é científico em qualquer definição autêntica da ciência. Encoraje-os a examinar as Escrituras e fortalecer-se para rejeitar tais idéias. É importante que não evitem cuidar dos órfãos com base nesse engano.



[1] Fonte do Artigo: AMY, Carol. “Aconselhando mulheres que estejam pensando em adotar filhos”. In: FITZPATRICK, Elyse, CORNISH, Carol. Mulheres ajudando mulheres. Rio De Janeiro: CPAD, 2001. p. 250-253.
[2] Para melhor compreensão bíblica dos demônios, veja o livro de David Powlison, Power Encounters (Grand Rapids: Baker Books, 1995).
[3] Veja Gary Steven Shogren, “Recovering God in the Age of Therapy”, The Journal of Biblical Counseling (Outono 1993), p. 14-19. Ele mostra que “cura” na Bíblia é sempre uma questão espiritual de uma relação de aliança com Deus.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

REPENSANDO A ADOÇÃO BIBLICAMENTE

PARTE 1
Carol Amy[1]

A DEFINIÇÃO DIVINA DA VERDADEIRA RELIGIÃO

Tiago 1.27 diz: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo”. Em nossa sociedade há muitas crianças que não são órfãs no sentido estrito da palavra. Elas têm pais vivos, mas esses são incapazes (geralmente por causa de atos do governo) ou não querem criá-las. Alguns perderam o direito paterno; outros se dispuseram voluntariamente a renunciar esse dever. Embora não sejam exatamente órfãs, elas não têm pais e precisam da proteção, conforto e orientação que um casal crente pode oferecer. Crer e obedecer a esta passagem pode tirar rapidamente o casal do desespero e da autopiedade e fazer com que encarem suas responsabilidades e oportunidades. Um casal pode ensinar a um órfão sobre o amor de Jesus. Lembre-se, é no serviço cristão que perdemos a vida por causa de Cristo e, portanto, nEle a achamos. É no serviço cristão que nossa verdadeira bênção é recebida e é em Cristo que encontramos a verdadeira alegria. Férteis ou não, solteiras ou casadas, somos chamadas para cuidar dos órfãos. Embora haja falta de bebês que possam ser adotados, existem outros meios disponíveis.[2]

Deus declara que ele é “o Deus grande, poderoso e terrível [...] que faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestido” (Dt 10.17, 18). Somos encorajados a ser como Ele - a não amar apenas “de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1 Jo 3.18). Fazemos isto quando procuramos satisfazer a necessidade de outra pessoa, em vez de fecharmos nosso coração contra ela (veja 1 Jo 3.17).

A bênção de Deus não é prometida como um subproduto de se ter filhos. Sua bênção é, porém, o resultado do cuidar daqueles a quem Deus leva até você (Tg 1.25, 27). A alegria vem da obediente submissão a um Pai amoroso, quer Ele decida dar filhos a você biologicamente ou por outro meio, tal como adoção, ou cuidar de crianças durante um certo período de tempo.

As diretrizes das Escrituras em relação ao cuidar de outros devem motivar a mulher cristã estéril a fazer mais do que pagar impostos para cobrir os gastos com o bem-estar social. Contribuir para as casas de órfãos locais ou enviar dinheiro para as agências missionárias são meios de participar desses cuidados, mas Deus pode muito bem ter outro plano para ela. Ela não deve considerar a adoção, os cuidados eventuais de crianças, ou tornar-se guardiã legal de um órfão como segunda opção.

TODO CRISTÃO É UM FILHO ADOTIVO

Todo cristão é um filho adotivo de Deus. Embora a adoção seja raramente mencionada no Antigo Testamento (como no caso da adoção de Moisés pela filha de Faraó), o cuidar dos órfãos é mencionado freqüentemente. Além disso, a adoção é um tema importante no Novo Testamento. Romanos 8.15 nos diz: “Porque não recebestes o espírito de escravidão para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos pelo qual clamamos Aba, Pai”. O termo “Aba” é uma palavra aramaica que “corresponde ao nosso ‘papai’ ‘paizinho’”.[3] Isto mostra a intimidade do relacionamento entre nós e nosso pai adotivo, Deus. Em Gálatas 4.6, Paulo usa novamente a palavra “Aba” com respeito à adoção: “E, porque sois filhos, Deus enviou aos nosso corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai”. Em Romanos 8.23, somos encorajados a aguardar ansiosamente a plenitude de nossa adoção.

Nossa adoção como filhos de Deus não foi um acontecimento acidental ou uma segunda opção, uma decisão tomada por Deus como último recurso. As Escrituras declaram claramente que Deus nos escolheu e nos procurou: “[Ele] nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o bom propósito de sua vontade” (Ef 1.5). A adoção sempre fez parte do plano de Deus para nós. Nenhum de nós está na família de Deus por mérito próprio ou descendência. Ele nos procurou e nos comprou com seu próprio e precioso sangue. Deus se agradou em adotar-nos. Do mesmo modo, devemos ter prazer em cuidar dos órfãos.

Jesus ensina que tratar dos aflitos é uma das marcas do verdadeiro crente. Na parábola das ovelhas e dos bodes (Mt 25.31-46), o Senhor separa os seguidores fiéis dos falsos, notando que os verdadeiros cuidaram dos famintos, sedentos, nus, doentes, prisioneiros e estrangeiros necessitados. Nós éramos “estrangeiros e forasteiros” antes de sermos adotados por Deus, mas agora somos “concidadão dos santos e da família de Deus” (Ef 2.19). O ponto é claro: Deus certamente espera que cuidemos daqueles que estão fora da nossa família biológica como parte do seu plano de introduzir estranhos na casa do Pai.

SÓ PELA SUA JUSTIÇA

Temos de lembrar que só quando a justiça de Jesus é colocada sobre nós, mediante seu sangue derramado no Calvário, é que Deus pode olhar para nós. Romanos 5.6 diz: “Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios”. Paulo declara em Romanos 3 que somos indignos. A mulher que estiver lutando com a idéia de adotar filhos deve pensar no amor de Deus por ela quando era completamente indigna e perdida. Deus cuidou dela quando era inimiga dEle. Estará ela disposta a cuidar de crianças que não são suas, que podem ser de raça mista ou deficientes físicas? Encoraje-a a entregar ao Salvador os cuidados e dúvidas suscitados pelo mundo. Ele irá fortalecê-la, encorajá-la e ajudá-la e tornar-se uma mãe para os órfãos.

ALGUNS EXEMPLOS PIEDOSOS

C.T. Studd era um formando rico, de boa aparência, da Universidade de Cambridge, e possuía tudo o que o mundo tem a oferecer; todavia, ele decidiu passar a vida como missionário nas selvas infestadas de malária da África. Studd declarou: “Se Cristo, que era Deus, morreu por mim, nada que eu faça pode ser chamado de sacrifício”. Esse deveria ser o grito do coração de todo crente. Alegria real e duradoura é encontrada quando perdemos a vida por causa de Jesus; ela não se encontra na preservação da nossa carne mortal nem em propagá-la. Embora haja alegria na concepção de filhos, este prazer não se compara absolutamente ao júbilo eterno que vem do serviço prestado a Deus.

Jenny[4] deveria estudar a vida de Amy Carmichael, que deixou a Inglaterra em 1895 e foi para a Índia, permanecendo ali até sua morte em 1951. Dependendo apenas da graça de Deus, ela resgatou uma criança após outra dos templos pagãos onde seriam sacrificadas ou usadas como prostitutas.[5]


[1] Fonte do Artigo: AMY, Carol. “Aconselhando mulheres que estejam pensando em adotar filhos”. In: FITZPATRICK, Elyse, CORNISH, Carol. Mulheres ajudando mulheres. Rio De Janeiro: CPAD, 2001. p. 246-249.

[2] Nota do dono do Blog: a autora aqui faz uma referência à realidade norte-americana.

[3] YOUNGBLOOD, Ronald F. Nelson’s Illustrated Bible Dictionary (Nashville, TN: Thomas Nelson, 1995). p. 2.

[4] Nota do Dono do Blog: a autora faz referência a uma aconselhada sua.

[5] Nota do Dono do Blog: Amy Carmichael fez isso por meio de um orfanato conhecido como Donhavur Fellowship.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

REPENSANDO A ADOÇÃO BIBLICAMENTE

INTRODUÇÃO AO TEMA

Ultimamente, por algumas razões, tenho pensado bastante sobre a questão da adoção de filhos. Especialmente, refletindo sobre o conceito popular de que “filho adotivo” é sinônimo de “filho problemático”. Geralmente, o argumento que ouço é o da experiência; e, para isso, citam-se diversos exemplos de filhos adotivos que deram problemas para os seus pais e se desviaram do evangelho.

Quando escuto esse tipo de discussão não consigo ser facilmente convencido por tal filosofia popular. Primeiramente, porque como cristão-protestante, creio que as Escrituras devem nortear todas as áreas de nossas vidas, inclusive a decisão sobre adotar uma criança. Em segundo lugar, pela falácia de tal argumento. Quantos filhos naturais não dão problemas aos seus pais? Além disso, o que seria melhor, deixar uma criança entregue à própria sorte, num orfanato, debaixo da influência de ímpios, sem uma estrutura familiar, ou arregaçar as mangas, ajudar e expressar de forma concreta o amor do próprio Deus ao órfão? “Pai dos órfãos e juiz das viúvas é Deus em sua santa morada” (Sl 68.5).

Por fim, percebo da parte de pais que adotam, uma atitude piedosa, a expressão da verdadeira religião descrita por Tiago: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.” “Visitar” aqui não é, simplesmente, ir a um orfanato, uma vez por mês com a igreja, mas ir de encontro às necessidades (“tribulações”) dos órfãos, em todos os aspectos, inclusive a paternidade e maternidade. Foi esta mesma disposição piedosa que vi em meus pais quando adotaram minhas duas irmãs há 20 e 15 anos atrás e, também, por parte de John Piper quando adotou sua filha Talitha:

“No dia 15 de Dezembro [1995], John, Noël, Abraham e Barnabas deram as boas-vindas à Talitha Ruth de dois meses de idade. Ela veio aos braços de seu pai com um imenso sorriso...

... Nós agradecemos a Deus, do fundo de nosso coração, por vocês, nossos amigos. Talitha é abençoada por ser bem-vinda não apenas por nossa família física, mas também, por nossa família de irmãos e irmãs crentes. Vocês já têm derramado tal amor, esperança e alegria sobre nós.

Nossa mais profunda oração pela Talitha é que, num dia, ela esteja diante do trono de Deus, entre os santos – entre todos vocês – por ser ela adotada uma segunda vez, por Deus.”[1]

Diante disso, compartilharei em forma de artigos, trechos de um capítulo escrito pela Dra. Carol Amy, no livro “Mulheres ajudando mulheres”, editado por duas conselheiras bíblicas, Carol Cornish e Elyse Fitzpatrick. A abordagem bíblica da Dra. Amy é perspicaz e profunda, sendo impossível lê-la sem uma reflexão séria. As duas editoras do livro são conselheiras bíblicas sérias e destaco, especialmente, a Elyse Fitzpatrick que ganhou minha admiração e respeito por sua confiança e defesa da suficiência das Escrituras.

Aguardem o próximo post e a primeira parte dos artigos de Carol Amy.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

É TOLICE ME CASAR COM ALGUÉM QUE EU SEI QUE MORRERÁ LOGO?


Pergunta ao Pr. John Piper:

Eu quero me casar, mas a mulher que eu amo tem uma doença crônica. Isto está se tornando cada vez pior. Alguns membros de minha família me dizem que eu não deveria me comprometer com ela, mas eu creio que Deus tem me chamado a servi-la desta forma. É tolice casar com alguém que morrerá logo?

Resposta do Pr. John Piper:

Isso é tolice? Não, isto não é tolice. Não, se todas as outras coisas estão em ordem, certo? Qualquer casamento poderia ser tolice, mas esta não é a razão principal.

Casar com um descrente seria tolice. Casar quando você é totalmente incompatível teologicamente, seria tolice. Casar quando você é imaturo ou não tem recursos seria tolice. Há muitas razões pelas quais um casamento seria tolo. Mas, amar alguém que está morrendo não é uma delas, eu creio; especialmente quando você está livre para casar quando a esposa morre.

Agora, eu sei que a pessoa que pergunta isso, não está pensando desta forma, como: “Ó, eu me casarei novamente dentro de três anos depois que ela morrer”. Esta não é a forma que eles pensam! Eles pensam: “Eu amo esta pessoa, eu quero viver com esta pessoa e quero cuidardela!”. Eu creio que isto é lindo.

Por isso, eu fiz o casamento de um homem que estava morrendo de leucemia e o casamento durou menos que um ano. Todo mundo sabia que isso duraria menos que um ano. Isto é impressionante. Ela era linda e ele, belo. Nove meses depois ele estava morto e este era o esperado.

Eu conheci outra situação em que uma mulher casou com um homem com AIDS que havia vencido suas inclinações homossexuais. Esse casamento durou, talvez, cerca de seis anos e, então, ele morreu. E isso foi lindo.

Eu sei que deve ser muito doloroso para os pais olharem para isso e pensar: “Você não percebe quanto sofrimento isso trará para a sua vida?” Mas o que mais é novo e certo acerca da vida e do casamento?

Assim, eu diria que esta não é a principal questão aqui. A principal questão é: Você é capaz – teologicamente, pessoalmente, no uso de recursos – de amar harmoniosamente, docemente e profundamente, juntamente com Jesus, neste casamento?

Tradução: Tiago Abdalla

Texto original, disponível em inglês no link:

http://www.desiringgod.org/ResourceLibrary/AskPastorJohn/ByTopic/45/4208_Is_it_foolish_to_marry_someone_I_know_will_die_soon/

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